Arigatô
Por
ser descendente de japoneses, sempre ouvia várias gracinhas sobre a minha
etnia, mas uma delas era a mais frequente: Arigatô.
As crianças puxavam os olhos e diziam: Arigatô,
né? Durante minha infância, isso me incomodou muito. Cheguei a desejar que
um dia os meus olhos se “abrissem”. Mas, obviamente, isso era impossível. Ou
será que não?
Aos
poucos, fui compreendendo que aquilo não era xingamento. Talvez quisessem tirar
sarro, sim. Mas, o que significava aquela palavra? Eu a conhecia muito bem,
pois foi uma das primeiras que os meus pais me ensinaram. Sempre que ganhava alguma
coisa de alguém, meus pais já me olhavam, dizendo: Arigatô-wa? – “E o agradecimento?” – Ou quando alguém fazia alguma
gentileza: Arigatô-wa? Logo, eu
aprendi a dizer arigatô para tudo.
Obrigado.
Minha
avó sempre começa o dia juntando as mãos e rezando. Entre as orações, repete
várias vezes: Arigatô. Um dia, quando
perguntei por que ela agradecia tanto, minha avó apenas sorriu e disse que o
caminho da felicidade era o caminho da gratidão. Se faz sol, agradecemos pelo
dia bonito. Se chove, agradecemos pelo frescor da chuva. Obrigado. Sorriso.
Hoje,
meus olhos se abriram e compreendo que o
fato das pessoas associarem os japoneses à palavra “arigatô” é motivo de orgulho. Isso só demonstra que esta era a
palavra mais repetida pelos imigrantes japoneses, que se sentiam agradecidos
por terem sido recebidos no Brasil. E se agora alguém me diz arigatô, sorrio e respondo, com gratidão:
–
Obrigado, a você também.
Gostaria
de dizer arigatô para todos da
Secretaria de Cultura e Prefeitura de Jundiaí que, ao concederem o Prêmio Estímulo de Cultura a esta obra, permitiram
que os primeiros mil exemplares arrecadassem fundos para o Grupo em Defesa da
Criança com Câncer. Arigatô ao
Cleber, à equipe e aos voluntários do GRENDACC, que realizam um belo trabalho
em prol das crianças.
Arigatô ao Márcio Martelli e para a
editora In House, pelo carinho no nascimento deste livro.
Arigatô ao Sr. Lazarini, Luciana,
Luciene, a todos da Distribuidora Paulista de Revistas e aos jornaleiros e
donos de banca e comércio, que abriram mão de suas comissões em prol do
GRENDACC, cumprindo o importante papel de levar este livro aos leitores.
Arigatô ao Edu Cerioni e a todos os
jornais, Bom Dia, Jornal de Jundiaí. Jornal da Cidade, rádios, revistas, sites,
blogs e canais televisivos, pela divulgação deste projeto. Arigatô a todos da Biblioteca Prof. Nelson Foot.
Arigatô
ao Fernando Irineu de Souza Miguel e família, por generosamente cederem um
quarto em uma parte desativada de um asilo de sua propriedade, para que eu
pudesse me dedicar ao ofício da escrita.
Arigatô à escritora Simone Pedersen e a
todos os amigos da CL, pelo apoio e incentivo na paixão literária. Arigatô à UBE-RJ, pela honra da
premiação.
Arigatô
à minha musa, Patrícia, que escreveu os mais belos sentimentos em meu coração. Arigatô a todos os meus amigos e às
minhas famílias: Kondo, Matsushita, Kudo, Yoshinaga, Kai, Firmo, Nascimento,
Barbosa, Silva, Siqueira, Serapião e Taschetto, que ajudaram a escrever as
páginas de minha vida.
Arigatô a todos os que apoiaram este
livro. Peço desculpas por algumas omissões, mas sei que muito mais importante
do que gravar um nome em um papel é imprimir a bondade no coração de outra
pessoa, como vocês fizeram.
Arigatô a você, querido leitor, que
permitiu que as palavras de areia deste autor fossem levadas pelo seu mar.
Arigatô!
André Kondo
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